O Plano de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Território (DIST) do Conjunto Residencial Jardim Bassoli – MCMV/Campinas, desenvolvido pela Demacamp em parceria com o Instituto Polis, foi objeto de um Acordo de Cooperação Financeira com o Fundo Socioambiental CAIXA, com o objetivo geral de “promover o desenvolvimento (humano e social) sustentável, mediante a articulação e revitalização de redes sociais, a democratização das relações e a integração das políticas públicas” da comunidade do empreendimento. Localizado na periferia noroeste do município de Campinas, junto à divisa com a área rural, o Residencial Jardim Bassoli é o primeiro empreendimento do PMCMV construído em Campinas. São 2.380 unidades habitacionais, distribuídas em 19 condomínios em 119 edifícios de 20 apartamentos, com 5 pavimentos (térreo + 4), entregues entre abril de 2011 e janeiro de 2013.

As famílias são oriundas de diferentes locais de Campinas, metade das quais foram removidas de áreas de risco ou insalubres pela Secretaria Municipal de Habitação de Campinas. Há uma considerável heterogeneidade entre os moradores, em termos de renda, escolaridade e inserção no mundo do trabalho, porém, em comum, têm a não experiência em moradia verticalizadas e em condomínio, bem como a baixa organização em associações e movimentos sociais.   A estratégia implementada partiu da articulação entre duas grandes vertentes de ação. Em primeiro lugar, a realização de uma leitura técnica do território do Jardim Bassoli e sua conexão com a cidade, através da análise rigorosa e detalhada de aspectos urbanísticos, econômicos, ambientais e sociais (na escala do empreendimento habitacional, da região de Campo Grande e da macrozona em que se inserem). Já com esta base nesse conhecimento técnico, deflagrou-se um processo de mobilização para a participação, com o levantamento da percepção dos moradores sobre a vida no Jardim Bassoli (suas necessidades, demandas e desejos). Foram mapeados e mobilizados os agentes públicos e outros potenciais parceiros na realização de ações e investimentos no território.    

Com a aprendizagem gerada na fase inicial, passou-se a atuar em duas frentes de ação no território: (1) a pactuação e realização de uma Agenda Emergencial, referente aos problemas e necessidades mais prementes da população local; e (2) a elaboração da Agenda do DIST, referente ao desenvolvimento do território, integrando as dimensões ambiental, econômica, cultural e das condições de governança. A elaboração do Plano contribuiu para o alcance de resultados positivos em suas várias dimensões: em termos de governança territorial, a participação de agentes locais, com envolvimento dos síndicos e moradores; na articulação de parcerias e ações compartilhadas, com êxito na realização da Agenda Emergencial; na dinamização econômica, com a viabilização de pequenos comércios; na promoção sociocultural, com a criação de ambientes de lazer, esporte e cultura; e na dimensão da gestão ambiental integrada com a dimensão sociocultural, com base na requalificação das áreas públicas e condominiais.