A obra em questão é de grande relevância para a historiografia maranhense, pois supre uma lacuna nos estudos sobre a cultura popular ao investigar a presença e continuidade da capoeira no Maranhão, especialmente em São Luís, do século XIX ao XX.

Criada por africanos escravizados no Brasil, a capoeira mistura luta, dança e música, sendo considerada ora como arte marcial, ora como manifestação cultural. Essa prática resistiu à repressão durante a escravidão, expressando-se nos momentos de liberdade e se consolidando como símbolo de identidade coletiva. Por sua singularidade, foi reconhecida pela UNESCO como patrimônio cultural imaterial da humanidade.

Embora o Maranhão tenha inicialmente baseado sua economia no trabalho indígena, a importação de africanos escravizados foi autorizada a partir de 1693. Mesmo com o grande número de negros escravizados no século XVIII, as primeiras menções à capoeira no estado só aparecem no início do XIX.

O livro demonstra como a capoeira ganhou espaço como expressão cultural maranhense, em pé de igualdade com outras manifestações como o Tambor de Crioula e o Bumba meu boi.

Com a publicação desta obra, o IPHAN reforça sua missão de proteger e valorizar o patrimônio cultural brasileiro, garantindo sua preservação para as gerações futuras.