Louveira, município que conta com 55 km² e 51.847 habitantes (IBGE, 2022), sofreu grandes transformações em sua base econômica a partir das últimas décadas do século passado. O município agrícola, que se destacava pela fruticultura, em especial a produção de uva, abriu-se à instalação de indústrias e, mais recentemente, de serviços de natureza industrial, notadamente serviços logísticos, em função de sua localização estratégica entre as cidades de Jundiaí/São Paulo e Campinas, região intensamente industrializada.

Em decorrência, foram produzidos variados impactos sobre o território, tais como ampliação da área urbanizada, inclusive sobre Áreas de Proteção e Recuperação de Mananciais, formação e ampliação de assentamentos habitacionais precários e irregulares, ocupação às margens de rodovias e conflitos de uso do solo, que o plano diretor de 2013 não conseguiu equacionar.

Em resposta aos desafios que se apresentavam, o plano diretor proposto pela Demacamp buscou um reordenamento territorial que respeitasse as características do território natural, as condicionantes ambientais, a valorização do patrimônio cultural e o reconhecimento do direito à moradia.  Além da leitura técnica, o diagnóstico foi elaborado com base em leitura comunitária, em oficinas territoriais e setoriais, que contaram com ampla participação que se consolidou por meio do Núcleo Gestor eleito para acompanhar o processo até à finalização do projeto de lei do plano diretor.